Entrevista: Element

Publicado em 21/03/2014 - Por Marina Tavares

Marina – Quando foi o seu primeiro contato com a música eletrônica, e como isso se tornou algo a mais em sua vida?

Element – O primeiro contato foi em meados de 1996, quando eu ainda tinha 13 anos… Mas o amor mesmo, aconteceu em 1997, quando um amigo voltava da galeria do Rock em SP, onde havia acabado de comprar o álbum ¨Dig Your Own Hole” do The Chemical Brothers, e que eu escutei a primeira track do CD “Block Rockin Beats”. O chamado movimento Clubber tomava conta da cidade, e eu estava totalmente antenado a tudo que rolava em São Paulo na época, com o Mercado Mundo Mix, e os grandes clubs, como a Nation, Lov-e, Toco, Over Night, Hells, entre outros…

 

Marina – Como surgiu o projeto Element?

Element – Eu sempre fui envolvido com a música de alguma forma… Mas foi em 2010, quando eu resolvi comprar um par de CDJs, e peguei emprestado o mixer de um amigo, comecei a treinar, e me aprofundar mais neste mundo, após o grande incentivo de amigos, e do Sr. Perfect Stranger. No dia 23 de outubro de 2010, eu toquei na minha primeira festa, no Zoo, do meu amigo Tazz, e um ano depois, eu estava tocando na Tribaltech, onde era o meu maior sonho, e considero a minha casa… Foi tudo muito rápido!

 

Marina – Quem foram as suas influências?

Element – Por mais que hoje eu seja dedicado ao Progressive PsyTrance, eu sempre tive, e tenho até hoje, minha raízes no Techno… Desde que comecei, eu sempre tive alguns espelhos muito fortes a seguir, Dimitri Nakov, cidadão que mixava desde PsyTrance até pagode (risos)… Rica Amaral, um dos poucos que consegui fazer sucesso no meio Main Stream e no Underground. E Dubfire, que é meu DJ número 1 em todo o mundo!  

 

Marina – Como surgiu a parceria com Roma Dias e o projeto Dropped?

Element – Eu e o Roma sempre nos demos muito bem! Temos ideias bem congruentes, e tudo começou no ano passado, quando resolvemos fazer uma track juntos, e a coisa se desenrolou muito rapidamente… Entretanto, ambos temos nossos focos principais em nossos projetos pessoais, e até hoje tentamos fazer com que o Dropped siga o caminho mais correto possível, tocando nos lugares que achamos prudentes tocar, e com o conceito que é a nossa identidade.

 

Marina – Como foi se apresentar mais uma vez no Universo Paralello Festival 2013/14, e no Soulvision Festival 2014?

Element – O UP desse ano teve um gostinho especial! Eu sempre tive o foco da minha carreira em raízes de muito suor e dedicação, e me lembro como se fosse hoje, no penúltimo Universo Paralello, ao deixar o festival, eu comentei com os meus amigos, que a minha próxima meta seria tocar no Mainstage do UP#12, e assim foi… Soulvision também teve um gostinho muito especial, eu tive o privilégio de tocar em um horário onde a pista estava completamente cheia, e onde tenho um pouco mais de liberdade de tocar um som mais conceitual que o habitual… Essas são as grandes virtudes dos festivais para nós DJs!

 

Marina – Define a sua música em três palavras.

Element – Música, alegria, e dança.

 

Marina – Em sua opinião, como anda a cena eletrônica brasileira?

Element – Estamos em uma fase muito boa, entretanto curiosa… A situação do país influenciou diretamente nesta transformação, equiparando as classes sociais, fazendo com que, as pessoas com poder aquisitivo antes mais baixo, hoje consigam ir a um grande evento, sem dificuldades. Isso abriu um nicho enorme de mercado, fazendo com que a concorrência aumentasse, de forma desenfreada, e que tivéssemos eventos e mais eventos, todos os finais de semana… Devido a isso, atualmente vemos por aí, alguns eventos onde os organizadores são meros aventureiros, e isso não só é perigoso, como também acaba afastando o público de quem realmente trabalha, não só profissionalmente, mas inteligentemente, pensando na amplitude de um cenário em uma cidade. Esse crescimento desmedido traz um perigo muito grave, que fica implícito para alguns leigos…

Marina – Como assim?

Element – Com esse tipo de situação fica praticamente inviável trazer um grande artista, já que o risco do evento se torna muito grande, equiparado ao valor de um ticket, para custeamento do evento… Sem contar no desencadeamento de um série de problemas futuros, desde a concepção de novos artistas, que não terão muita influência sonora inteligente, por exemplo, a cena de uma cidade em si, que fica mais pobre, sem grandes astros se apresentando semanalmente, e com DJs locais, esse é outro ponto, se apresentando por migalhas, e fazendo papel de artista, e de promotor de vendas ao mesmo tempo…

Mas pelo lado bom, totalmente adverso a essas situações, temos novos grandes artistas brasileiros emergindo, e curiosamente, se equiparando na popularidade, em terras brasileiras, com grandes nomes internacionais, e isso é muito bom, pois, valoriza o produto nacional. Temos também, grandes festivais que, diferentemente do passado, cada vez mais buscam ser ecléticos, em uma mistura de palcos, que agradam a todo e qualquer estilo musical… E o PsyTrance, muito ao contrário do Progressivo, hoje em dia, que hoje roubou a cena do Fullon High Tech, a alguns anos atrás…

 

Marina – Quais são as novidades em relação a turnês e lançamentos? 

Element – Não posso abrir todas as datas aqui, senão os produtores me matam! Acredito que, este ano é o melhor da minha carreira, até então, em todos os sentidos… Além da XXXperience Curitiba, mais uma vez, já tenho no mínimo 25 datas fechadas, e não só muitas delas passam por eventos de grande porte, como em algumas delas, são evento em que sempre sonhei tocar, desde o início da minha carreira…  

Além disso, tive agora em fevereiro, uma turnê rápida pelo México, e terei mais uma na Argentina, e provavelmente a primeira na Europa, no meio do ano… Só tenho que levantar as mãos para o céu, e agradecer a Deus! E a cada um dos fãs, que, por exemplo, estão lendo a entrevista até agora…

 

Marina – Fale me um pouco sobre a sua nova agência de DJs, a DM7 Bookings.

Element – A DM7 Bookings surgiu em um momento muito bom da minha carreira… Após deixar a minha antiga agência, me passou a ideia de abrir uma agência, e contribuir, não só com o cenário brasileiro em si, mas também, contribuir com algumas coisas, que eu via que muitos artistas internacionais não tinham, e que nós temos de sobra… Só que isso seria muito difícil de conseguir sozinho… Foi então, que em uma conversa inusitada, com meu hoje sócio, Diogo Andrade (Quake), ele compartilhou da mesma ideia comigo, mostrando apoio e incentivo de alguns grandes artistas internacionais. Meteoricamente, como em minha carreira artística, hoje, aproximadamente oito meses após o lançamento oficial, não só temos boa parte dos melhores e mais consagrados artistas de trance mundial, bem como já passamos de 300 bookings fechados, para eventos que já aconteceram, e irão acontecer em 2014…

 

Marina – Para finalizar, deixa uma mensagem para os seus fãs.

Element – Esta semana completo 200.000 fãs em minha Fan Page, no Facebook, e muito mais do que um “muito obrigado”, cada dia do meu trabalho é devido a cada um de vocês… Assim, a melhor forma em que posso retribuir, é continuar trabalhando para transformar todo este carinho que recebo por onde passo, em alegria que transborde a pista!

 

Conheça mais sobre o artista:

https://www.facebook.com/elementmus

https://soundcloud.com/elementmus

http://www.youtube.com/user/elementmus

 

DM7 Bookings:

http://www.dm7bookings.com.br/

https://www.facebook.com/dm7bookings

 

 

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