Entrevista: Brainiac

Publicado em 19/03/2014 - Por Marina Tavares

Marina – Quando foi o seu primeiro contato com a música eletrônica e como isso se tornou algo a mais em sua vida?

Brainiac – A música sempre ocupou um grande espaço em minha vida, e isso estava claro, desde criança, que esse era o meu caminho… Quando eu era adolescente, tocava em bandas, mas, o meu primeiro contato com a música eletrônica, foi por volta de 2000, quando fui contratado como guitarrista para um projeto eletrônico local, em Munique, na Alemanha. Era uma música meio que, ambiente, experimental, e psicodélica, misturada com vocais, e ocasionalmente, instrumentos reais. Esses caras também faziam um tipo diferente de música, chamado Psy Trance, que eu nunca tinha escutado antes, e isso mexeu completamente com a minha mente! Eu fiquei imediatamente fascinado, pelo jeito que você poderia combinar tantos elementos em um computador, e fazer arranjos completos da música. Desde então, a única coisa que quis fazer foi isso… 

 

Marina – Como surgiu o seu projeto Brainiac?

Brainiac – Eu comprei um par de alto-falantes, e comecei a experimentar diferentes tipos de softwares, e também a praticar a arte da discotecagem, que era completamente nova para mim, e isso me pegou, como uma tempestade, que me guiou por várias noites sem fim de mixagens… Nos anos seguintes, eu toquei em festas locais, que me deram a chance de aprender como a pista de dança funciona, e como o público reage, mas, algo estava faltando, eu sentia um desejo de criar, que era o que eu queria fazer, desde a primeira vez que eu ouvi música, então, esse foi o próximo passo, sentar, aprender como mexer no software, e fazer algumas tracks… Desde então, o meu projeto nasceu, e eu toquei os meus primeiros live sets por volta de 2005.

 

Marina – Como começou essa parceria com Andy e o Mindfold?

Brainiac – Isso foi na época do Myspace, quando Andy me escreveu uma mensagem, perguntando se eu estava interessado em fazer o remix de uma de suas tracks… Nós tínhamos uma visão parecida do Psy Trance, e como nós vivíamos perto um do outro, decidimos sentar juntos, e mixar algumas melodias… A conexão entre nós foi muito boa, também no nível pessoal, então, nós decidimos trabalhar mais, e lançar algumas faixas, que nós levou ao álbum “Materia & Brainiac – Mindfold”, lançado em 2009, com duas colaborações, e duas músicas próprias.

http://www.beatport.com/track/mindfold-original-mix/870723

Nós gostamos muito do resultado, e escrevemos muitas tracks juntos, então decidimos criar um projeto, com o nome de Mindfold. O nosso último EP solo foi em 2012.

http://www.beatport.com/release/lightmare-ep/995797

 

Marina – Como você define a sua música?

Brainiac – É difícil definir a minha própria música, porque ela vem do meu cérebro, e é difícil manter um olho objetivo nisso, mas, eu adoraria dizer que a minha musica é futurística, high tech, enérgica, e eu espero que ela traga boas energias as pessoas, e que as façam dançar…

 

Marina – De onde você tira inspiração para criar novas músicas?

Brainiac – De todos os lugares, sons, outros pedaços de músicas, emoções, arte, visões…

 

Marina – Como foi tocar no Universo Paralello Festival 2013/14, e no Soulvision Festival 2014?

Brainiac – O Universo Paralello é sempre demais! Ele foi um pouco agitado nesta edição, porque eu tive outra apresentação, na véspera de réveillon, na Europa, então, tive que correr para o aeroporto rapidamente… Eu toquei pela primeira vez no UP em 2006, e voltei mais algumas vezes, desde então… Aquela foi uma das minhas primeiras grandes apresentações de destaque, e eu estava “cagando nas calças” (risos)… Eu ainda faço isso, e é um sentimento maravilhoso! Eu estou sempre feliz de voltar à Bahia, nesse evento de grande porte!

Este ano foi a minha primeira vez no Soulvision Festival, e eu curti muito! O line up estava excepcional, e a vibe muito especial, em um lugar único, com um tempo agradável… Eu fui sortudo, porque o Soulvision teve consideravelmente chuvas massivas no passado, também nos termos de organização, e logística, foi consideravelmente em alto padrão… No geral, foi muito legal, e uma experiência tranquila em um festival…

 

Marina – Qual é a diferença entre a cena eletrônica Brasileira e Europeia?

Brainiac – Isso é muito difícil de responder, sem ir a fundo nos detalhes, dentro da cena Europeia em si, porque ela é cheia de culturas diferentes, mas, essas coisas não importam realmente, porque, quando as pessoas estão tendo um bom momento na pista de dança, isso parece o mesmo, em qualquer lugar que você esteja… Eu acho que a diversão é universal, e a música é a linguagem que todos entendem, e que conecta as pessoas!

 

Marina – Qual foi a apresentação que mais te marcou?

Brainiac – Isto tem que ser decidido pelas pessoas que me viram tocar… Eu tenho uma perspectiva diferente da cabine do DJ, e é realmente difícil dizer o que está acontecendo… Eu tento me divertir, e dou o melhor de mim, todas às vezes, onde quer que eu esteja, em um clube pequeno, ou em um grande festival. O público gostou muito do meu set no Ozora Festival 2012, então, eu acho que não foi tão ruim.

 

Marina – Existe alguma história engraçada que aconteceu em festas ou festivais?

Brainiac – Existem muitas delas, algumas delas não devem ser trazidas a tona (risos)… Festas sem diversão não existem! Se não tem diversão, então é hora de ir para casa.

 

Marina – Existe algum lugar em que você nunca tenha tocado e queira muito?

Brainiac – Qualquer lugar em que eu nunca estive seria legal ir, e tocar… Eu nunca fui à Austrália, mas irei em breve, então, é outro sonho que vai se tornar realidade. Eu gostaria de ver como é a cena dos Estados Unidos, porque eu não conecto muito a música eletrônica com os EUA. Eu acho que a Rússia seria interessante. Eu também sempre me pergunto se existem clubes na China… Existem alguns lugares prováveis no mundo que eu gostaria de ver, nem que seja por curiosidade!

 

Marina – Quais são os seus hobbies quando você não está produzindo ou viajando?

Brainiac – Descansar se tornou um grande hobbie para mim! Quando você viaja bastante, você fica feliz de estar em casa por um tempo, e não fazer nada… O meu maior hobbie é a minha profissão, e isto é maravilhoso! É muito excitante para mim escrever a música, e conseguir envolver ela com a tecnologia, e achar novos modos de expressar a si mesmo. Eu estou ocupado com a música o tempo todo, de qualquer jeito não sobra muito tempo para outra coisa… Uma ocasional sessão de yoga, que mostra ao meu corpo o quanto tempo eu passo sentado (risos).

 

Marina – Quais são as novidades em relação a lançamentos e turnês?

Brainiac – Eu quero tentar fazer um novo álbum… Eu acredito que ainda existem muitas pessoas que valorizam isso, e gostariam de ter dos seus artistas favoritos. Um álbum tem que ser algo realmente especial, então, isso leva um tempo… Além disso, eu estou fazendo alguns remixes com Brainiac e Mindfold, para outros álbuns remixes de artistas, e EPs. Eu irei anunciar mais informações sobre isso na minha página do Facebook, então fiquem de olho!

A minha próxima turnê será na Austrália, e eu estou muito feliz! No outono deste ano, eu irei visitar o Japão novamente, e mal posso esperar por isso, é sempre uma explosão lá! Também irei tocar em alguns festivais em Londres, na temporada de verão.

 

Marina – Para finalizar, deixe uma mensagem para os seus fãs no Brasil.

Brainiac – Eu gostaria de agradecer a todos vocês, muito, por todo o amor, apoio, e retorno positivo, que vocês sempre me deram durante todos esses anos… Eu realmente aprecio isso, do fundo do meu coração, e o Brasil é um lugar muito especial para mim! Eu espero festejar com vocês de novo, em breve. Ate lá, “EH NOIX”!!!

 

Bookings:

brainiacbookings@hotmail.de

 

Conheça mais sobre o artista:

http://www.facebook.com/brainiac.official

http://www.soundcloud.com/brainiac

https://www.facebook.com/mindfold.official

https://soundcloud.com/mindfold

 

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